Título/Título original:
A Menina que Semeava / Blue
Autor: Lou Aronica
Editora: Novo Conceito
Ano de lançamento: 2013
Status: Único
Páginas: 416
Primeiro passo da meta completo! A Menina que Semeava é um dos livros da
categoria Romance na minha Meta 2014, mas mais que isso é um livro que eu
desejava ler desde o lançamento. Primeiro eu fiquei completamente apaixonada por essa capa, depois eu realmente fiquei
interessada pela sinopse.
Então eu consegui o meu exemplar
numa troca pelo Skoob e depois fiquei me deliciando com a visão daquele livro
encantador... E criando expectativas quanto à história. Depois que eu resolvi
umas leituras necessárias e pendentes do ano passado, eu pude lê-lo e dar
início à Meta.
Eu gosto de dramas, geralmente eles me
envolvem, têm boas reflexões e eu me identifico com as situações e os
personagens. Também gosto de fantasias porque elas saciam o meu lado crianaça-que-nunca-vai-crescer
e geralmente me proporcionam viagens únicas. Dessa forma, A Menina que Semeava me prometia ser a leitura ideal por abranger
ambos.
Basicamente, acompanhamos duas
histórias e dois conflitos que levam a um ponto comum. Beacky uma garota de 14
anos convive com a guarda dividida entre seus pais divorciados a 4 anos. Polly
e Chris começaram a ter um relacionamento estranho antes mesmo de Beacky ser
diagnosticada com leucemia aos 5 anos, mas as convicções divergentes que eles
tinham sobre como lidar a com a filha e a doença depois do diagnóstico
contribuíram para o casamento se tornar cada vez mais um problema do que uma
solução. Então, quando Beacky estava com
10 anos, já com o câncer em remissão, Polly pediu o divórcio.
Não é exatamente a situação que
costumamos imaginar para uma família que lida com o câncer, ainda mais o
infantil. Quatro anos antes, Chris e Beacky tinham uma relação muito forte e
compartilhavam um tesouro especial: Tamarisk. Enquanto Beacky estava sob
tratamento não Chris a convidou para contar histórias, como um refúgio. Entretanto não era qualquer história, eles
criaram um Reino inteiro: as plantas, os lugares, os animais, a
comunicação, a cultura, os inimigos, as fronteiras, os materiais, os jogos, a
ciência, as leis, a realeza tudo. Às vezes, perdiam noites de sono discutindo
os detalhes e criando as aventuras de seus cidadãos, dentre eles figurava um em
especial: a Princesa Miea. Tamarisk, aliás, foi uma das razões para os
desentendimentos entre Polly e Chris, ela não conseguia se envolver com a
fantasia e acusava-o de cansar a filha, apesar de as histórias fazerem bem a
ela, na verdade.
"— Preciso de alguma coisa — ela disse baixinho, para ninguém em particular. Ela aceitaria qualquer coisa nesse momento. Sério, qualquer coisa."
Tamarisk cresceu, amadureceu e mudou juntamente com Beacky, mas quando
Chris e Polly se separaram Tamarisk deixou de existir para ela. Beacky é
inconformada pela passividade com que o pai aceitou a separação e desde então a
relação entre ela e Chris é confusa. Polly seguiu em frente e tem um novo namorado,
Al, que se dá muito bem com ela e com Beacky. Mãe e filha se relacionam bem
também, até melhor do que pai e filha na verdade. Além disso, Beacky conta com
sua melhor amiga, Lonnie, para encarar os desafios da adolescência e ser sua
confidente.
A questão é que Beacky não tem se sentido
muito bem: tonturas, uma hemorragia nasal... Mas ela não suporta as lembranças
do tratamento e não suportaria passar por tudo de novo, também ela sabe que
voltar a “ficar doente” não seria um bom sinal. Então ela se agarra a esperança
de que não é nada demais, mesmo estando preocupada com ela e com Lonnie que é a
única que sabe dos eventos recentes. Enquanto
isso Chris lida com a “negação da infelicidade”: trabalha na área que
gosta, mas no setor que não suporta, mas tudo bem; tem tido problemas com Beacky,
mas é por causa da “fase” dela, então tudo bem; não consegue construir um novo
relacionamento, mesmo que sua amiga Lisa lhe arranje dezenas de encontros com
mulheres extraordinárias, não que isso seja um problema, afinal está tudo bem.
"Ele a seguraria e a abraçaria com tanta força quanto conseguisse. Ele diria para ela não ter medo, mesmo quando fosse óbvio que ele mesmo estivesse morrendo de medo.
E ele faria tudo que pudesse para ajudá-la e tentar deixá-la feliz. Assim como fez da última vez."
Simultaneamente, em capítulos com pontos de vista alternados, há o
outro viés da história. Tamarisk. Através da Princesa Miea, conhecemos o
mundo criado por Beacky e Chris. Bom, não necessariamente isso. Miea agora é
rainha, sofreu muitas perdas em sua vida, lida da melhor forma que pode com
suas responsabilidades, enfrenta os julgamentos de seus ministros, bem como as
hostilidades dos lideres dos Thornes – vizinhos e inimigos dos Tamariskianos.
Como se não bastasse, a jovem Rainha tem de encarar uma ameaça silenciosa, o
antigo conhecido mais desconhecido de Tamarisk: a peste que ressurgiu nos campos de Jonrae e ameaça todo o Reino.
"A causa do Grande Mal era um daqueles tipos de mistério que perduram, e a sua falta de solução significava que não havia uma maneira de prevenir seu retorno."
Ouvindo atentamente aos
sussurros, buscando as histórias, está Gage. O personagem mais enigmático dessa(s) história(s). Quando parece
que as coisas vão de mal a pior, o cenário ainda é bom. Entre os sussurros há
dois em especial, simultâneos, cheios de
tristeza e dúvidas, e que clamam por ajuda. Gage, então, confere um de seus
dons aos sussurrantes. E a história do livro se converge ao mesmo tempo em que
surgem as bifurcações no caminho.
"Poucas coisas surpreendiam Gage, mas ele se surpreendeu agora. O uso total de um dom. Um lembrete potente da vitalidade das possibilidades, do potencial da imaginação ao alcançar o inimaginável. Gage se agarrou a esse pensamento por um longo tempo e sentiu o abraço de uma onda acolhedora. Isso, também, era extremamente raro."
É uma narrativa em terceira pessoa, alternando pontos de vista
entre os personagens, predominantemente, Beacky, Chris e Miea. As dores, as
angustias, as alegrias, os pequenos prazeres são bem descritos, capazes de
envolver o leitor como um encanto. As personalidades são fortes e bem marcadas,
mas nunca completamente amáveis ou completamente odiáveis. Tamarisk é
encantadora, mas às vezes a narração
trás informações demais, uma enxurrada de descrições nesse mundo onde tudo é
novidade. Isso pode ser um pouco sufocante e exigente demais até mesmo para
a imaginação mais ágil. Ainda assim é possível se maravilhar com o Reino,
porque até os poucos detalhes mais fáceis de absorver já são fascinantes: A vegetação em tons de azul profundo e
vívido, a terra escura e macia, os sons harmônicos e sinfônicos da natureza
pungente, o aroma natural e envolvente de chocolate e framboesas.
A edição da Novo Conceito está
muito bem feita, a fonte é confortável para a leitura, a revisão ficou boa
também é muito difícil encontrar algum erro, a diagramação das partes e
capítulos também ficou legou e a capa é esplêndida, supera de longe a capa
original.
É um livro bom, mas foi uma
leitura demorada. Não porque eu queria prolongá-la o suficiente para dispor de
mais tempo com a história, eu só não conseguia fazer com que ela fosse muito
produtiva e não me sentia “atraída” pelo livro. Isso foi estranho e me deixou
bem confusa, porque eu gostei dos personagens e daquela vivência, entretanto é
como se ela não tivesse me conquistado realmente, como... Se ela não tivesse me
convencido.
Acho que pelo fato de misturar a
dura realidade do câncer com a vivacidade da fantasia daquela forma. A
Menina que Semeava é uma história sobre amor, dedicação e crenças, mas por
mais bonita que seja, por mais esperanças que confira... Eu não consigo
senti-la como verdadeira. Sabe quando uma história é real para você e, por
mais impossível e absurda que ela seja, você acredita naquilo e, de alguma
forma, ela existe para você? Isso não aconteceu com A Menina que Semeava para mim.
Tenho a sensação de estar confusa e triste,
pelo resultado da leitura. Talvez seja porque eu criei muitas expectativas, ou
talvez porque eu me sinta incapaz de absorver a essência dessa história. Não foi o tipo de livro que ficou
martelando a minha cabeça por causa do que é contado nele, foi o tipo de livro
que me fez ficar questionando se eu realmente consegui lê-lo. Enfim,
pretendo reler A Menina que Semeava
um dia, quem sabe então eu tenha a experiência necessária para isso. E eu
recomendo sim a leitura dele, nossas experiências com livros nunca são as
mesmas, por isso é provável que você o entenda melhor que eu, mas uma coisa é garantida: vai ser uma leitura
(processo) agradável.
Avaliação:
Ainda não li o livro, mas sempre tive curiosidade e espero ter minha oportunidade de conhecer esta história.
ResponderExcluirBeijos Fê :*
http://fernandabizerra.blogspot.com.br
Espero que quando o fizer possa compreendê-la melhor, Fê!
ExcluirA capas da NC realmente são ótimas mesmo, nunca fui muito fã de romance, mas só pela capa já me deu uma vontade de ler o livro não me dou muito com narrativa de 3° pessoa mas quem sabe um dia eu possa lê-lo e tirar minhas próprias conclusões sobre ele. abraços.
ResponderExcluirOi Italo! Essa capa é muito incrível, né? Eu também prefiro narrativa em 1ª pessoa, mas acho que ela não funcionaria de jeito nenhum nessa história.
ExcluirOi Dani, eu já tinha visto essa capa e fico babando por ela. Mas nossa, acho que deve ser um pouco confuso mesmo, um livro que mistura a história do câncer da Beacky, a separação dos pais, um universo todo diferente como Tamarisk, com sua própria forma de governo, organização e talz... parece ser muita coisa para um livro só. Não sei se me atrairia, mas parece ser interessante.
ResponderExcluirBom, não se sinta desse jeito. As vezes as leituras simplesmente não nos prendem e ficamos assim, as vezes por esperar demais. Talvez um dia que você reler você possa entender melhor o livro, talvez não. Enfim, nem sempre nossas leituras nos agrada e isso não significa que somos incapazes de absorver a essência.
Bom, sua resenha ficou ótima!!
Beijinhos,
Rafaella Lima
http://vamosfalarlivros.blogspot.com.br/
Obrigada pela compreensão, Raffa. *-* É bom encontrar leitores que entendam (ou ao menos tentam) a nossa situação. <3
ExcluirEu também já havia me encantado pela capa, mas olha como as coisas são, não podemos imaginar uma história pela capa, nunca ia imaginar que fosse essa história. Também adoro um draminha...rs. Beijos
ResponderExcluirVerdade... a capa é muito mais "fantástica".
ExcluirOi Dany, eu acho essa capa super bonita também, mas não é uma trama que me chama a atenção.
ResponderExcluirE quando criamos muita expectativa em um livro as vezes acontece isso mesmo, talvez se tu ler ele novamente tu veja de outra forma.
Um beijo e parabéns pela resenha =)
Lara - Magia Literária
http://www.magialiteraria.com/
Assim eu espero.
ExcluirAhhhh, eu realmente achei a capa linda *-* Não sei se iria acontecer comigo o mesmo que aconteceu contigo. Se iria gostar dele ou não! Quem saiba eu dê uma chance :D bjs
ResponderExcluirhttp://www.horadaleitur.blogspot.com.br/
Caso dê, me fale o que achou, Jess!
ExcluirA arte da NC geralmente é mesmo maravilhosa. Pela sinopse, esse livro já tinha me atraído, mas acho que colocaram muita coisa num livro só, sabe?
ResponderExcluirBom tu citar o que pensaste quanto a diagramação, revisão e etc., vejo poucos blogs citando isso e é algo que considero essencial numa leitura. Parabéns!
Devaneios Estrellares
Eu também acho muito importante para a própria leitura a questão da diagramação, Sté! Também acho que o livro ficou meio "lotado".
Excluir