Eu finalmente li Divergente!
Finalizei a leitura uma semana antes de o filme estrear, mas não consegui
resenhá-lo antes. Precisei processar a
história para não fazer bobagem. Mais um passo da Meta 2014 cumprido! Então, vamos
ao ponto.
Título/Título original: Divergente / Divergent
Autor: Veronica Roth
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano de lançamento: 2012
Status: Livro em série
#1 Divergente
#2 Insurgente
#3 Convergente
Páginas: 502
Em Divergente temos uma versão
futurística da cidade de Chicago, a
sociedade se divide em 5 facções
dedicadas a defesa de uma virtude - a Abnegação (aultruísmo), a Franqueza
(honestidade), a Amizade (bondade), a Audácia (coragem) e a Erudição
(inteligência). Aos 16 anos, após realizar um teste de aptidão, os jovens
participam de uma grande cerimônia de iniciação onde devem escolher um grupo
para se unir pelo resto de suas vidas.
É uma escolha séria, o lema é: A facção
antes do sangue.
“Os
costumes das facções ditam até como devemos nos comportar nos momentos de
inatividade e estão acima das preferências individuais.”
Para Beatrice Prior, a difícil decisão é entre
ficar com sua família e ser quem ela realmente é - não pode ter os dois. Então,
faz uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma. Durante a
iniciação altamente competitiva que se segue, Beatrice muda seu nome para Tris e se esforça para decidir quem são
realmente seus amigos. O mais complicado é que Tris tem um segredo que poderia significar sua morte.
“Qualquer erro, por menor que seja, ou qualquer segundo de
hesitação, e minha vida já era.”
O cenário futurístico
com uma sociedade sob o comando de um governo extremista em algum(ns)
aspecto(s) é o primeiro ingrediente distópico do enredo de Divergente. Superficialmente, parece ser uma excelente estratégia,
agrupar pessoas em defesa de valores e com trabalhos sociais compatíveis, mas
esse é o mal mascarado dessa
sociedade. Conforme a narrativa se desenvolve, percebemos como a categorização das pessoas pode ser
ruim: uma facção debochando do estilo de vida da outra, uma facção acusando a
outra de corrupção de seus valores, uma facção tão obstinada por seu valor que
o destorce.
Essa é apenas uma das
perspectivas que Veronica Roth
constrói gradativamente em Divergente. Sendo o primeiro livro da trilogia ele é
bastante introdutório, mas
felizmente essas explicações vêm bem mescladas aos acontecimentos de forma que
o livro não é monótono. Apenas os
cinco primeiros capítulos são mais devagar, obviamente antes de Tris fazer sua
escolha.
A escolha que Beatrice tem
que fazer também é algo bastante simbólico,
o resultado de seu teste de aptidão dificulta esse processo, sobretudo porque
ele lhe traz uma revelação que ela
não compreende e que não pode pedir ajuda da sua família para compreender. A
verdade é que escolhas não são permitidas aqui, se você escolhe você está
declarando algo, é uma definição.
Beatrice é Divergente e na Cerimônia de Escolha
ela deixa a Abnegação, a facção em que nasceu. Mas ela não é a única a desertar
do grupo dos altruístas. Isso se torna um prato cheio para outra facção acusar repetidas vezes a Abnegação de
corrupção dos seus valores e de ser a responsável pela estagnação da sociedade,
já que é a facção responsável pelas decisões governamentais. A tensão entre as facções cresce
exponencialmente.
"Sei por que me
pergunto essas coisas: são desculpas. A razão humana é capaz
de justificar qualquer mal; é por isso que não devamos depender dela. Isso é o que meu pai costumava dizer."
Tris é
uma personagem que chama a atenção pelo seu desenvolvimento na história. Inicialmente frágil, deslocada e
inocente, Tris dança na balança entre confusão e convicção enquanto é
(re)moldada. No seu processo de iniciação ela passa por experiências de júbilo
e derrota, enfrenta conflitos internos sobre o que acredita e sobre quem é, já
que não faz ideia de o que é e de qual o risco em ser Divergente. Ela precisa
aprender a construir laços mais
íntimos e ser resistente às provações, além de descobrir quais os seus medos e superá-los. Testada
fisicamente, emocionalmente e psicologicamente, Tris se fortalece ao mesmo
tempo em que é destroçada. A garota é um bom exemplo de resiliência.
Quatro é o
instrutor dos iniciados transferidos, ele irá ensinar e avaliá-los no processo
para que se tornem membros da facção que Tris escolheu. É sisudo e
profissional, tão constrito que chega a ser misterioso. A verdade é que só
porque você é um membro da facção, isso não te livra de todos os seus fantasmas. Quatro tem reações
intrigantes, diante das oscilações de Tris e, resistente como é, demora um
pouco a entrar no ritmo dela. Se é
que vocês me entendem.
"- Eu acho que cometemos um erro -
diz suavemente. - Nós todos passamos a rebaixar as virtudes das outras facções
no processo de reforçar a nossa. Não quero fazer isso. Quero ser corajoso e
altruísta e esperto e bondoso e honesto. - Ele limpa a garganta. - Eu me
esforço continuamente para ser bondoso."
Alguns outros personagens
também merecem destaque, pela forma como interferem na história. Já que Divergente é narrado em primeira pessoa por Beatrice, eles
acabam por se tornar personagens quem têm repercussão sobre ela. Entre os
transferidos Christina, Will e Al tornam-se
seu apoio, em contrapartida Peter,
Molly e Drew testam seu autocontrole. Tori,
Uriah e Marlene, são nomes que valem a pena ser lembrados. Além disso, a família de Tris está sempre
participando de suas decisões, e figuras como Eric – um dos lideres da sua nova facção – complicam bastante a
vida dela.
“O altruísmo e a coragem não são tão diferentes assim.” |
“Não sei como serão
nossas vidas (…). A sensação é de rompimento, como uma folha separada da árvore
que a sustenta. Somos criaturas da perda; deixamos tudo para trás.”
Com bons personagens,
narrativa envolvente, ação, diversão
e tensões, é compreensível porque Divergente foi tão bem recebido por tantos
leitores. Há episódios bastante surpreendentes, cenas de prender o fôlego, mortes que te deixam meio desnorteado e
o romance é bem peculiar, cúmplice e
reconfortante. Os últimos capítulos mostram que Veronica é uma escritora
audaciosa e o final vai te deixar numa berlinda
emocional. É uma leitura bastante
fluida, mas permeada de temas reflexivos. Vai fazer você pensar ao fim dos capítulos
e mais ainda ao fim do livro.
A edição nacional da Editora Rocco está bem agradável no
quesito fontes, margens e espaçamento. Fator que, juntamente com os capítulos
de extensão mediana, proporcionam uma leitura bastante confortável. A estética
da diagramação é bastante simples e a revisão parece não ter deixado passar
nenhum erro de tradução, linguagem ou pontuação. Um ponto negativo é o material da capa, ao menos a minha
edição sofreu certo desgaste, mesmo com o manuseio cuidadoso. É como se a arte
fosse uma película sobre o papel grosso, a minha está “descascando” nas bordas
como podem ver na imagem.
Avaliação:
Eu tenho muita curiosidade em ler o livro,só ouvi coisas boas dele em todas as resenhas,espero poder comprar e ler o mais rápido possível . Beijos :*
ResponderExcluirEspero que possa lê-lo em breve sim. Eu passei muito tempo sem poder e adorei quando li!
ExcluirBeijo! Obrigada pela visita.
Livro Mara... Otima resenha!! **
ResponderExcluirBom mesmo. Obrigada.
ExcluirQuero muito ler *-*
ResponderExcluirVale a pena. :)
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