Nesta tarde eu estava visitando meu facebook, quando encontrei uma recomendação de postagem que chamou minha atenção. É uma sessão da revista Conozca Más do Chile e ela mostra imagens bem reflexivas com personagens da Disney sobre atos e consequências antrópicas. As colagens/edições são do artista Jeff Hong que, inclusive, já trabalhou em equipes de animação da Disney em filmes como Mulan, Hércules, O corcunda de Notre Dame e Tarzan.
Ariel (A Pequena Sereia) é a pictórica porta-voz de uma realidade silenciosamente opressora: a poluição dos corpos d'água. Em geral a consciência social só se alarma para essa situação diante de eventos catastróficos, como grandes derramamentos de óleo, ilhas de detritos, marés vermelhas ou estiágens rigorosas. No entanto, é o consumismo e os descuidos do dia a dia que culminam assim.
O dócil e carismático elefantinho Dumbo (Dumbo) denuncia o maus tratos aos animais. Não somente em circos; também em zoológicos, institutos de pesquisa, hotéis fazenda, resorts... Alguns ambientes que nãos e contentam em privar esses animais da liberdade (principalmente os selvagens) e usá-los para o trabalho e lucro, mal lhes dão alimento e conforto e ainda os castigam psicológica e/ou fisicamente. Onde está a racionalidade, o senso do que é ser humano?
Mulan (Mulan) é retratada numa China sufocante. O país mais populoso do mundo é também um gigante poluidor. Como a maior parte da manutenção energética do país é por termelétricas, a queima de combustíveis fósseis é altíssima e tem graves consequências sócio-ambientais.
Pooh, o meigo ursinho, foi "capturado" em um cenário desolado, em um momento de sofrimento. Uma crítica a uma grande agressão às florestas: o desmatamento. Abalador dos ecossistemas por afetar espécimes vegetais e animais e o equilíbrio climático, com repercussões até mesmo mundiais.
O retrato de Alice (Alice no País das Maravilhas) é um dos mais fortes, socialmente. Tanto pelas especulações históricas que envolvem a criação original de L. Carol, como pelo impacto realista da atualidade. Afinal, é uma infelicidade admitir que a predominância de estresse e frustração na sociedade contemporânea tem levado os indivíduos cada vez mais à dependência de produtos químicos: drogas (crítica central) e medicamentos.
O neurótico franguinho Chiken Little (Chinken Little) conduz uma crítica a expansiva industria de alimentos fast-food. Práticas e agradáveis algumas empresas de alimentos industrializados aproveitam-se do cotidianos agitado e caótico das pessoas para construírem seus impérios. Saúde, qualidade de vida, preço justo... o que é isso?
Eu não consegui definir uma única interpretação para o cenário protagonizado por Cinderella (Cinderella). Vendo está imagem eu pensei nas pessoas que vivem marginalizadas, massacradas pela brutalidade e eletividade das sociedades capitalistas, mas também cheguei à uma visão mais sombria e traumática: a violência sexual.
A doçura de Bambi (Bambi) é quase um detalhe coadjuvante em um cenário majestosamente decorado, inclusive a partir da predatória caça esportiva ostentativa.
Bella, uma jovem gentil e inteligente, reporta uma crítica: assombro diante da opressiva ditadura estética. A imagem perfeita e a busca pela forma ideal parametrizadas pela industria de consumo encontrou terreno fértil num mundo globalizado e paradoxalmente individualista. Uma combinação assustadora pela sua beleza perigosa.
A última edição traz um choque cultural e histórico. Raízes vs. Modernidade; Coletivismo vs. Imperialismo. Pocahontas e Kocoum (Pocahontas) ficam catatônicos em um espaço tipicamente "Americano".
Então, leitores, o que acharam das imagens? São retratos/críticas válidas?
Fonte das imagens (aqui). Textos de autoria própria.
Realmente, se inserirmos muitas das princesas nos contextos atuais, vamos nos surpreender com o que acontece à nossa volta, né? Muito triste!
ResponderExcluirBeijos,
Déia!
Own mine
Verdade! Lendo essas cenas é que nos damos conta do quanto os valores humanos retratados pelo mundo da "fantasia" têm se perdido com os tempos. E o quanto o mundo "real" tem se tornado o aterrorizador de todos os que de humanos ainda preservam! O mais triste é que da capacidade humana restou-nos um estado de demência e conformismo...
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