Título/Título original: Qauntic Love / Quantic Love
Autor: Sonia Fernández-Vidal
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano de lançamento: 201
Status: Livro único
Páginas: 256
Laila é uma garota comum de Sevilha. Sempre recebeu o título de
melhor aluna da classe e também sempre amou
a ciência. Agora, ela está quase pronta para ir para a faculdade a não ser
por um, porém: seus pais ainda não podem arcar com essas despesas. Então, Laila
resolve contribuir para a própria poupança e consegue um emprego de verão como garçonete no restaurante do CERN
(Centro de Estudos e Pesquisas Nucleares), na Suíça, o maior centro de
pesquisas da Europa. Um molesquine em branco dado por seu pai e várias
recomendações da mãe são tudo que a jovem possui para enfrentar essa etapa.
Quantic Love é um New Adult
leve, bem humorado, recheado de curiosidades científicas e caprichos do amor.
O cenário da história é extremamente interessante depois que você começa a
conhecê-lo, mas é quase decepcionante pensar que o lugar onde grandes
descobertas já foram feitas é apenas um espaço que concentra inúmeros prédios
de concreto, todos iguais e ordinários, frequentados por pessoas sérias e
obstinados. Ao menos essa é a sensação e a visão que temos ao compartilhar a
“primeira vista” do CERN pelos olhos de Laila.
O que promete ser uma história de
sacrifícios, e até monótona, ganha nova cor com uma única cena: Laila
conhecendo sua colega de quarto, Angelina.
Uma loura australiana de parar o universo, com um comportamento nada
convencional. “Louca.” É a única forma que a narradora encontra para defini-la
após um primeiro contato de 10 minutos. A passagem é perturbadoramente hilária!
Angie é o primeiro indício de que
o CERN é muito mais do que aparenta a casca grossa de formalidade em seu
exterior. Apesar de Laila estar bastante insegura com todas as coisas novas. Parece
ser demais para a menina que desmorona em lágrimas na primeira noite.
"- Há séculos ninguém me chama para sair, e ontem dois garotos diferentes me convidaram para um encontro na mesma noite. Que falta de sorte!
- Você colapsou todas as possibilidades em um mesmo dia.
- Angie, você gosta de falar de maneira estranha, não é verdade?
-Estou me referindo ao princípio da superposição.
-Ah, claro... - brinquei. - Isso explica tudo."
O chefe do “Restaurante I” Ah!
A objetividade ciêntífica! não parece ser nem um pouco simpático, o que
deixa Laila ainda mais nervosa ao ficar com todo o serviço e máquinas da
lanchonete sob seu comando, logo no primeiro dia. O cappuccino, sobretudo, é um verdadeiro desastre cósmico! E para a
infelicidade dela, cientistas são movidos a base de cafeína.
"- Não desmereça sua tarefa! Graças à cafeína que bloqueia um neurotransmissor que facilita a aparição do sono, nós, cientistas, podemos nos entregar a nossas elucubrações mentais. Sem você, eu estaria perdido."
Eh... A introdução de Laila no
mundo científico que ela tanto admira não é nada convidativa. O molesquine que ganhou do pai se torna
seu melhor confidente: as primeiras impressões sobre o CERN, os fracassos em se
relacionar com as pessoas dali, as complicações do primeiro dia no trabalho,
seu emprego sendo salvo ou quase por um estonteante jornalista suíço. Alécio! Mestre da máquina de
cappuccino. Bom, o drama que as primeiras páginas do caderninho dela conheceram
não foi nada comparado ao que preencheria as páginas em branco!
Gostei muito da leitura que foi confortável, divertida e ágil.
Também me identifiquei bastante com a Laila pelo fato dela ser quieta, gostar de ciências, fazer amigos bem peculiares, se sentir frágil em algumas situações e não se enxergar muito bem. Momento desabafo esse. Além disso, os
personagens coadjuvantes são ótimos! Angelina é enérgica e estrondosa, não há
quem não entre na linha da forma que ela desenhar. Linda e, literalmente, um
gênio é uma Summer Student de física no CERN.
Alécio é a única exceção em meio
ao mar de cientistas, mas é tão maluco quanto eles ao seu modo. Carismático, estonteante
e sedutor, ele sabe como tratar uma garota e está claramente interessado em Laila.
Brian é um “guia turístico” da
ciência no CERN e também um cientista de excelência. Tem um estilo meio rígido
e não é muito próximo das pessoas, é bastante centrado, e é hipnotizante quando
fala, tanto pela destreza com as palavras quanto pela aparência e gestos que
ficam mais espontâneos e confortáveis.
Além deles, há os amigos de Angie
que são físicos estudantes assim como ela. Arthur, Pierre, Chantal e Klaus têm
personalidades e nacionalidades distintas e bem marcadas, mas juntos são jovens barulhentos e descontraídos como
quaisquer outros. A não ser pelos temas de suas conversas que costumam girar em
torno de partículas atômicas, eletricidade, cálculos, teorias, anedotas,
descobertas e aplicabilidades cientificas.
Isso parece chato? Delete esse julgamento. Os diálogos são muito interessantes e descontraídos, perfeitamente
entendíveis!
"Quando se tratava do mundo microscópico, território da física quântica, os elétrons agiam de uma maneira que a mim pareceu pura magia."
Bebedeiras, festinhas
particulares, jogos de verdade ou desafio, festas de arrasar quarteirão, jantares
românticos, comemorações científicas. Tudo e todos ali quebram os paradigmas
associados à imagem daqueles que se dedicam à ciência essencialmente. Nada de
pessoas alucinadas, obtusas e frias – talvez apenas Brian que era bastante
reservado e ficava cada vez mais misterioso – muito menos personalidades
malucas e mentes ensandecidas. São personagens normais, facilmente
relacionáveis à realidade de alguém que não entenda uma vírgula de física,
química ou biologia. Muitos deles tão “vida loka” quanto qualquer jovem
contemporâneo. E isso é DE MAIS! Eu ri
muito e também me chateei muito – no bom sentido de leitura – com esse livro!
Curioso é que eu marquei vários
trechos do livro e depois quando fui revisá-los percebi que todos tinham alguma curiosidade sobre
física relacionada. Não foi usada uma linguagem comum para narrar essa
história, é uma linguagem científica “coloquializada” e romanceada e que teve um resultado muito bom! Às vezes o
drama imprimido pela Laila em algumas situações me irritava, mas nunca a ponto
de tornar a leitura desagradável.
"Havia ficado sem estrela e, portanto, desprovida da orbita que dava sentido aos meus movimentos. Eu agora era um planeta errante condenado a vagar pelo vazio cósmico, um cometa à deriva no Universo."
Honestamente eu não sei se me
decidiria com mais facilidade do que ela entre Alécio e Brian, até porque a
Laila nunca conseguia ter certeza das intenções de nenhum dos dois e fica
difícil formar uma opinião diferente quando o livro é narrado por ela, então
não posso condená-la como “mimizenta”. Mas ela era muito medrosa às vezes e um tanto egoísta, eu teria tomado algumas decisões com
mais sabedoria que ela. Só acho.
Les Horrible Cernettes (LHC) - Collider é
mencionada no livro e tem tudo a ver.
Uma história curiosa e divertida!
Laila continuou preenchendo seu
molesquine com todas as experiências, inclusive as anedotas científicas que
aprendia, e também escrevia e-mails para os pais com alguma frequência. Era
legal ver como ela se portava com eles, mas o estranho é que nunca tínhamos
noção de se e como eles reagiam aos e-mails dela. Nenhuma resposta sequer. Acho que isso ficou um pouco vago na
integração da narração. Os capítulos finais são os mais tensos e em que a Laila
mais me irritou. O final me deixou feliz, mas fiquei com a sensação de que foi enxugado demais. Deixou um grande
gostinho de quero mais!
"- Vou porque preciso me curar.
- Se curar de quê? (...)
- Me curar de você."
No todo, Quantic Love foi uma ótima leitura. Gostei da narração que foi bem
clara e envolvente, bem relacionada com o contexto. De certo, o fato da autora
ser uma física e conhecer o ambiente da história contribuíram para isso, mas devemos a ela o mérito de ter construído
uma boa narrativa. Os capítulos curtos e ágeis, e os diálogos bem escritos
e pontuados, contribuem para uma leitura bastante fluida. É interessante como os títulos dos capítulos podem ser curiosos, e se
encaixarem perfeitamente ao texto. Bem criativo!
A diagramação do livro também é
bastante bonita com fonte e espaçamentos bons e algumas decorações que simulam
o caderninho de Laila. As páginas brancas não foram um problema para mim, mesmo
que eu prefira as amarelas. Na verdade elas contribuíram para deixar o livro
com um visual melhor. Não encontrei incoerências na tradução ou erros de
revisão, então devo fazer um cumprimento
à editora pelo bom trabalho!
Resumindo a história, alguns
aspectos não permitiram que o livro se tornasse um de meus favoritos, mas chegou bem perto. Foi inevitável
pensar que fãs da série “The Big Bang Theory” irão gostar do livro. De um jeito
ou de outro, recomendo bastante essa leitura!
É primeira resenha que leio desse livro. Não imagina que o livro era tão bom assim, eu adoraria poder ler ele, parece ser uma leitura bem divertida.
ResponderExcluirGostei bastante e vou colocar ele na minha lista de desejados.
Beijão
Que bom que gostou da resenha, Lizi! Leia assim que puder, recomendo mesmo!
ExcluirAdorei a resenha, muito bem escrita e explanatória.
ResponderExcluirAdorei o livro, meu Deus *-* Já vai pra minha wishlist! <3
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/
Que você possa lê-lo em breve, Nina! Vale muito a pena!
ExcluirObrigada pela visita! <3
Não conhecia o livro Dany, mas me parece ótimo.
ResponderExcluirVou tentar ler.
Beijos Fê :*
http://fernandabizerra.blogspot.com.br
*-------* Adorei! Não conhecia o livro, mas acho que entra para a minha listinha :D bjs
ResponderExcluirhttp://www.horadaleitur.blogspot.com/